Saiba mais sobre o próximo thriller da Netflix, com Amanda Seyfried, James Norton e Natalia Dyer

Em meados de setembro de 2019, notícias sobre um certo suspense, intitulado ‘Things Heard and Seen’, começaram a emergir da internet. Na época, tínhamos apenas um título raso, algumas evidências de que a atriz de Mamma Mia e Mank, Amanda Seyfried, o protagonizaria, e poderíamos jurar que tal produção — pouco detalhada — seria um terror, mas a Netflix é mestra em surpreender seus assinantes e, de lá para cá, acabamos por descobrir que estávamos enganadíssimos.

Acontece que, no início deste ano, a revista norte americana Entertainment Weekly decidiu nos agradar com um presente atrasado de ano novo, divulgando algumas imagens exclusivas desta obra cinematográfica que permanecia um tanto anônima, com raros vazamentos aqui e ali (nada além de migalhas), e desde então alguns por menores começaram a aparecer, o que já estava passando da hora de acontecer, já que o filme tem data marcada de lançamento para a última semana do mês que vêm (em 30 de abril). 

Em primeira instância, caso você leitor seja amante de terror (e não é que rimou), ficará muito triste, ou até mesmo desapontado. Os diretores e também roteiristas, Robert Pulcini e Shari Springer Berman (de American Splendor), enfatizaram que este é um thriller sobrenatural, não terrorístico, já que o verdadeiro horror da história consiste em um casamento, não em criaturas sobrenaturais ou fantasmagóricas. 

O suspense é baseado no romance All Things Cease to Appear (Todas as Coisas Deixam de Aparecer), obra lançada em 2016 e escrita por Elizabeth Brundage, a qual foi muito bem recebida pelo público estadunidense. A história acompanha a trajetória de um casal de Manhattan, protagonizados por Amanda Seyfried e James Norton (caso não se recorde, Norton foi o ator que interpretou John Brooke, da última versão cinematográfica de Little Women, obra nomeada ao Oscar de 2020, e dirigido por Greta Gerwig). No transcorrer da trama, o casal protagonista se muda para um vilarejo histórico no Vale do Hudson, onde descobrem o lado obscuro do relacionamento, que acaba por se tornar ainda mais sombrio, devido à história um tanto suspeita da nova casa da família. 

“Acho que uma das coisas mais assustadoras do mundo é o casamento. Pode ser incrivelmente maravilhoso e pode ser incrivelmente assustador ou, quem sabe, ambos”.

Shari Berman

Pulcini detalhou, em entrevista exclusiva à EW, que antes de ter a oportunidade de ler o romance, percebeu a notoriedade que o livro estava recebendo, com ótimas críticas nacionais, e então decidiu comprar.

“Ele estava conseguindo um bom alcance. Não é por menos, esta paisagem aqui e as estações são repletas de drama, e há uma espécie de espiritualidade no pano de fundo dos pintores do Rio Hudson; eles viram muita espiritualidade na natureza. E sempre houve um elemento assustador no Vale do Hudson com as histórias de Washington Irving que, você sabe, você realmente sente quando está aqui com a névoa aderente, e eu simplesmente pensei que reunia tantas coisas maravilhosas. Também senti que havia algo estranhamente oportuno nisso. Então pedi a Shari que lesse, e ela absolutamente amou.”

Já Shari, admitiu que sentiu-se atraída pelo fator um tanto aterrador do casal.

“Eu realmente gosto de filmes que são uma espécie de thrillers sobrenaturais ou psicológicos que são baseados em algum tipo de medo subconsciente real. Acho que os mais bem-sucedidos são baseados em algo realístico. Um dos meus filmes favoritos é ‘O bebê de Rosemary’, que detalha esse medo de dar à luz e ter que trazer vida ao mundo. E acho que uma das coisas mais assustadoras do mundo é o casamento. Pode ser incrivelmente maravilhoso e pode ser incrivelmente assustador ou, quem sabe, ambos.”

Medo do cotidiano, da vida em si e dos dilemas e tragédias que ela nos apresenta. Um certo assombro dos relacionamentos, dos fracassos e das perdas. Sendo bem sincera, acho que todos nós carregamos em nós mesmos fagulhas de temores como estes. Dizem que pavor de fantasma é “coisa de criança”, mas quando crescemos, criamos o nosso próprio “fantasma” em nosso subconsciente.

Things Heard and Seen': Suspense da Netflix com Amanda Seyfried ganha as  primeiras imagens oficiais; Confira! | CinePOP

Richard Bausch, romancista, escritor de contos americanos e professor do Programa de Redação da Chapman University em Orange (Califórnia), avaliou o livro que embasa o novo suspense da Netflix como…

“Sombrio, fascinante e lindamente escrito, que combina noir e gótico em uma história sobre duas famílias entrelaçadas em sua própria infelicidade, com, em seu cerne, um assassinato horrível e não resolvido.”

Uma avaliação mais do que plausível. A questão é: mas e o filme?! Robert e Shari modificaram muito da história retratada no livro, ao adaptá-lo para as telas do streaming? Segundo eles, sim, algumas alterações foram necessárias para uma melhor abordagem, mas nenhuma delas muda o cerne e direção da trama.

Berman: O filme se passa em 1980. Então acho que o definimos bem perto de quando foi definido [no livro], como de ’79 a ’80. Nós definitivamente mantivemos isso. No livro, há três irmãos e fizemos dois irmãos. Não foi tempo suficiente para realmente desenvolver os personagens de três irmãos individualmente.

Pulcini: Obviamente. Franny [filha do casal] cresce no livro.

Berman: Sim, tivemos que diminuir o intervalo de tempo porque era bastante épico no livro, e a menos que fizéssemos [o filme] em várias partes, não poderíamos contar muito da história.

Assim como eu, espero que as pessoas entrem com certas expectativas e saiam com uma experiência diferente do que esperavam.

Robert Pulcini

Sobre a montagem do cast e como foi o processo de escalar Amanda e James, ambos se pronunciam:

Pulcini: Ele [James] foi a primeira pessoa com quem nos encontramos e nos apaixonamos por ele, mas ele não estava disponível. Então, partimos nessa longa jornada de casting, como explorar outras opções. E então recebemos um e-mail, do nada, dizendo que ele estava disponível.

Berman: Seu programa foi pressionado porque ele estava trabalhando. Então ele de repente teve um espaço e nós pensamos: “Sim!”. Então funcionou muito bem. E sou um grande fã de seu trabalho. Acho que ele é um ator incrível.

Pulcini: E ficamos emocionados em conseguir Amanda. Quer dizer, ela era a certa para esse papel, ela tem esse lado delicado e essa força ao mesmo tempo. As pessoas estão realmente começando a ver do que ela é capaz, ela pode fazer qualquer coisa que você pedir dela como atriz, e ela tem ótimos instintos. O engraçado é que quando contamos à romancista que estávamos escalando Amanda, ela disse que a imaginou quando escreveu esse personagem. Ela disse que realmente teve que se sentar quando dissemos isso, porque ela não esperava por isso. Era o rosto de Seyfried que estava em sua mente, ao criar essa personagem.

Berman: Vejo Amanda como uma pessoa tão identificável. Quer dizer, ela é linda e uma pessoa notável, mas mesmo assim ela é alguém em quem você pode se ver, e eu achei que isso era muito importante para esse papel.

“Como mulher, como diretora feminina, eu estava muito interessada no tipo de ideia de uma mulher encontrando sua voz e lutando para encontrar sua voz em um casamento e no mundo”. 

Shari Berman

O último trabalho de Amanda (Mank, também lançado na Netflix) rendeu à atriz uma notoriedade bastante promissora, ao ponto de ser até mesmo indicada na categoria “Melhor Atriz Coadjuvante” em uma das maiores premiações cinematográficas, Critic’s Choice Awards, cerimônia que aconteceu no último domingo (07), em formato virtual.

A trama também conta com outra atriz bastante potente e talentosa, que tem reverberado seu trabalho fenomenal no cinema contemporâneo, Natalia Dyer, mais conhecida por sua performance como Nancy Wheeler, na série de terror Stranger Things, também da Netflix (afinal de contas, o streaming reina).

Quando questionados sobre a mensagem que esperam que o público ‘tire’ do filme, os diretores se pronunciaram, dizendo:

Pulcini: Uma das coisas que adorei no livro é que estava tão empenhado em adivinhar todas as coisas óbvias. E ele simplesmente me levou a uma jornada que eu não esperava. Tudo começou assustador, e então eu comecei lentamente a me envolver com esses personagens e com este mundo, e pensei que havia muitas surpresas em como o sobrenatural desempenhava um elemento na história. E minha esperança é que as pessoas entrem com certas expectativas e saiam com uma experiência diferente do que esperavam.

Berman: Bem, se você leu o livro, você está ciente de todo o Swedenborg [teólogo sueco] nele, e os aspectos metafísicos dele. E eu acho que uma das coisas que eu realmente amo e acho que é muito oportuna, considerando todo o inferno que todos nós passamos no ano passado, é a natureza metafísica e uma espécie de ideia de carma, e vida após a morte, e o que há do outro lado da vida? As grandes questões.

Pulcini: Por quanto tempo você consegue se safar com as transgressões na terra? Que tipo de força traz isso? E eu acho que muitas pessoas estão lidando com essas questões agora, vendo todas as coisas nas notícias. As pessoas se safaram por tanto tempo, isso realmente faz você se perguntar, como a punição atua no esquema do universo?

Berman: Espero que as pessoas assistam ao filme e se envolvam no drama, nos sustos e nos relacionamentos. E também, como mulher, como diretora feminina, eu estava muito interessada no tipo de ideia de uma mulher encontrando sua voz e lutando para encontrar sua voz em um casamento e no mundo. 


Até o momento, nenhum teaser ou trailer foi divulgado, provavelmente chegará nas próximas duas ou três semanas, então fiquem atentos! Enquanto isso, veja abaixo algumas fotos e vídeos do elenco no set. Aparentemente, divertidíssimos.

Mais avistamentos no IMDB, link abaixo.

https://m.imdb.com/title/tt10962368/mediaviewer/rm1440461057/?context=default

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