Desde o falecimento do astro Chadwick Boseman (nosso eterno Rei T’Challa), que neste ano foi o mais cotado nas premiações cinematográficas através de sua performance fúlgida no drama de sucesso da Netflix, Ma Rainey’s Black Bottom — desempenho que lhe concedeu o prêmio póstumo no Golden Globes, na última edição do Critic’s Choice Awards e uma nomeação ao Oscar deste ano — muitos telespectadores se questionam qual rumo a franquia Black Panther (Pantera Negra), protagonizada por Chad, tomará.
Chadwick Boseman, intérprete do herói Pantera Negra no Universo Cinematográfico Marvel, faleceu precocemente no dia 28 de agosto do ano passado, aos 43 anos, após uma batalha de quatro anos contra o câncer de cólon. Boseman já estava confirmado para a sequência da franquia, em Pantera Negra 2, onde reprisaria o papel do rei de Wakanda. Na época, muitos acharam que o papel do herói sofreria um recast. Mas felizmente estávamos enganados, o legado de Chadwick será valorizado como algo singular e que não pode ser reformulado, como o próprio produtor e presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, detalhou em sua fala ao se posicionar sobre o assunto, afirmando que o desempenho de Boseman, como o Pantera Negra, era único e que, por tanto, este não poderia ser substituído, mas sim honrado:
“Não vamos ter um Chadwick em CGI e não vamos reformular T’Challa. Ryan Coogler está trabalhando muito duro agora no roteiro com todo o respeito, amor e gênio que ele tem, o que nos dá grande consolo, por isso sempre se tratou de promover a mitologia e a inspiração de Wakanda. Há também a tarefa de honrar e respeitar os aprendizados e ensinamentos contínuos do Chad.”
Uma fala reconfortante de Feige. Agora sabemos que o papel de Pantera Negra não será passado para nenhum outro ator, mas a pergunta que se levanta é: quem liderará o povo wakandano? Teorias/rumores começaram a emergir da internet e estas podem nos ajudar a entender como se dará o futuro de Wakanda sem o rei.
Quem é digno o bastante para honrar o legado deste herói de peso? O público tem algumas sugestões com grandes chances de se tornarem realidade, mas vale salientar que, até o momento, continuam apenas como rumores.
A mais propagada entre as inúmeras opções levantadas é a de Shuri assumindo o manto de líder, deixado pelo seu irmão, mas não como Pantera Negra, e sim como uma super heroína totalmente diferente. Mesmo com alguns fãs aqui e ali que retorcem seus narizes e que não sabem como se posicionar em tal situação, é inegável, essa parece ser a teoria mais apropriada, já que Shuri é a princesa de Wakanda e já que a mesma era uma das mais próximas de T’Challa. E tem mais: a ideia não só faz sentido como também já foi algo realizado nos quadrinhos da Marvel e já sabemos que o MCU é muito baseado e adaptado das HQ’s.
Em um arco dos quadrinhos do herói, ela utilizou o uniforme após T’Challa ficar seriamente machucado e se provou digna de ser a líder e a principal protetora de Wakanda. Segundo os teorizadores, do mesmo modo inesperado que perdemos Chad, a morte do T’Challa viria a acontecer, de forma repentina. Nessa situação conflituosa e deprimente, Shuri se encontraria em um impasse dúbio, lutando com a dor de perder seu irmão e rei, mas ao mesmo tempo tendo que assumir toda essa responsabilidade de forma prematura, com o auxílio do povo, é claro.
Em meu ver, essa seria uma opção interessante, pois além de vislumbrarmos a Shuri na tentativa de honrar o nome do seu próprio irmão e dar continuidade ao seu legado, seria nos apresentado uma maior desenvoltura da personagem, em uma trajetória de independência e maturidade e finalmente veríamos seu protagonismo e sua genialidade tecnológica e científica um pouco mais abordada na tela. Em uma Marvel que parece estar direcionando seu plot às novas gerações, através de Hawkeye, Miss Marvel e Spider Man, essa alternativa de Shuri como futura líder do país africano não se torna tão impossível assim.
Saindo dos rumores e indo para os fatos, já temos a comprovação do retorno de alguns atores do primeiro longa. Além de Letitia Wright, a intérprete de Shuri, a atriz oscarizada Lupita Nyong’o confirmou seu retorno na trama como Nakia, a qual foi o interesse amoroso do rei T’Challa no primeiro filme . Em entrevista para o programa matutino norte americano Good Morning America, sem entrar muito em detalhes — devido às rígidas regras da Marvel Studios contra vazamentos de informações — Lupita pincelou, ao ser questionada sobre a sequência:
“Vai ser diferente, claro, voltar àquele mundo sem nosso rei. Mas eu sei que todos nós nos dedicamos a continuar seu legado neste novo Pantera Negra. E Ryan Coogler [diretor] tem algumas ideias muito, muito empolgantes que estou ansiosa para trazer à vida junto com o resto de nossa família”
Outro que afirmou seu retorno à franquia foi o intérprete do personagem Everett K. Ross, o ator Martin Freeman. Ele já havia dito que estaria de volta no papel antes mesmo do falecimento do colega de elenco, mas desde então permanecia no ar se algo havia mudado ou se ele continuava na trama. No último dia 18, ao ceder entrevista a Collider, Martin ratificou:
“Sim, estou no segundo ‘Pantera Negra’. Logo vou falar com Ryan Coogler sobre como será. […] Antes de Chadwick morrer, se minha memória não falha, o roteiro estava pronto. Estavam trabalhando nele e Chadwick faleceu. Eu ainda não tenho muita ideia de como acontecerá. Eu fiquei todo esse tempo pensando: como podemos fazer um ‘Pantera Negra’ sem o Pantera Negra?”
Para Freeman e, provavelmente, para o restante do cast, apenas a ideia de gravar o filme sem Chadwick é assustadora e inimaginável.
“Foi muito chocante e ainda é muito, muito estranho que ele não esteja mais aqui. Estou curioso, assim como você, para ver como ficará e vou descobrir logo.”
Ryan Coogler, o diretor do filme, e sua equipe de produção — liderados pela designer Hannah Beachler — criaram uma “Bíblia de Pantera Negra”, com 500 páginas, que foi lançado no ano passado. O livro detalha a história, cultura e geografia da nação africana fictícia de Wakanda e tal material pode muito bem ser utilizado na criação criativa do próximo longa.
Diversos aspectos ainda não retratados nas telonas aparecem na obra. Tais como, o protagonismo das Dora Milaje (grupo de guerreiras de Wakanda), contos sobre as tribos do país, apresentação dos Cães de Guerra (agentes espalhados pelo mundo que agem a favor de Wakanda), imersão sobre a tecnologia wakandana e as habilidades de Shuri, e muito mais. Então não há dúvidas de que há muito espaço histórico e cultural para se abranger, como o próprio diretor afirmou:
“Grande parte dos quadrinhos e do primeiro filme é o mundo de Wakanda. Wakanda é um lugar para explorar mais com personagens e diferentes subculturas. Este sempre foi e é, inicialmente, o foco principal da próxima história.”
Até o momento, as informações são bem limitadas, por se tratar de um dos blockbusters mais lucrativos e queridos da última década de um dos estúdios cinematográficos mais sigilosos da indústria. Vale salientar que, através do primeiro longa do herói, a cultura afro-americana foi inserida no Universo Cinematográfico da Marvel pela primeira vez na história, mostrando — de maneira bem sucedida — a potência da negritude em narrativas heróicas e a importância de histórias como essa para uma maior representatividade nas telas do cinema.
Além dos aqui já citados, Winston Duke, Angela Bassett e Danai Gurira voltarão em Pantera Negra 2. Para todos nós, fãs de Chadwick Boseman, poderemos assistir o ator como Black Panther por uma última vez na próxima série animada da Marvel Studios, “What If…” (“E se…”, em português), uma antologia que apresenta ao público cenários alternativos para os heróis mais queridos da Marvel. Na animação, o design gráfico dos personagens é baseado nas características físicas dos atores que os interpretaram nos filmes, onde Chad dará voz à versão animada de T’Challa. “What If…” tem previsão de estreia para o verão estadunidense de 2021, no Disney+. Veja abaixo o trailer da animação:
O início das filmagens de Pantera Negra 2 está previsto para junho ou julho deste ano e o lançamento do longa permanece datado para 8 de julho do ano que vem (2022), podendo sofrer alterações.
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