Análise com Spoilers | ‘The Last of Us’ S01E02: “Infected”

Depois de uma estreia avassaladora da semana passada, o segundo episódio de “The Last of Us“, chegou mantendo as semelhanças visuais ao primeiro jogo, mas apropriando a linguagem cinematográfica com as características do jogo para apresentar as novas ameaças e continuar a desenvolver a relação de Joel e Ellie que vão continuar ao longo dos próximos episódios. O episódio “Infected” é dirigido por Neil Druckmann, o criador/diretor dos primeiros dois jogos da Naughty Dog e ele não só conhece o seu material como também ele não tenta replicar o jogo na série, mas sim expandir esse mundo além do jogo original.

Começamos o episódio de Jacarta na Indonésia em 24 de setembro de 2003, onde Ibu Ratna (Christine Hakim), uma estimada professora de micologia da Universidade de Indonésia é convidada pela polícia para examinar um espécime misteriosa de Ophiocordyceps sob um microscópio. Quando Ratna é informada que a amostra foi retirada de um humano, ela rapidamente zomba da ideia do Cordyceps prosperar em humanos, mas quando ela vai examinar a boca do cadáver surgem estruturas do tipo tentáculos que se movem pela boca por conta própria. Ela imediatamente larga suas ferramentas e sai da sala e um policial conta que o incidente aconteceu cerca de 30 horas atrás em uma fábrica de de farinha e grãos, quando uma mulher ficou violenta e de repente atacou quatro colegas de trabalho e mordeu três deles, os trabalhadores trancaram em um banheiro e, quando a polícia chegou, ela tentou atacá-los, o que levou a polícia a atirar nela. As pessoas que foram mordidas foram levadas para observação, mas depois de algumas horas, também foram executadas. No entanto, os policiais não têm ideia de quem mordeu a mulher e, com 14 outros trabalhadores da fábrica desaparecidos, parece que o início do surto já está em andamento.


Mais um prólogo arrepiante em que toda a esperança da professora é drenada ao longo que ela fala que não há tipo de cura para essa infecção e sugere que o bombardeio de uma cidade inteira para conter o espalhamento do vírus. É uma cena de alto pavor que de novo leva o telespectador a voltar aos tempos do início da pandemia de Covid-19, onde ninguém sabia o que fazer, e se tinha algum medicamento imediato.

Voltamos para Boston em 2023, para seguir o nosso trio Tess (Anna Torv), Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) que continuam sua jornada até Massachusetts State House. Ellie acorda sob a luz em volta de uma vegetação, enquanto Joel e Tess estão observando-a de longe atentos com essa garota que aparentemente é imune ao surto. Bella Ramsey continua proporcionando um alivio cômico em um mundo onde isso acabou sendo extinguido, ela também transmite uma certa inocência e um maravilhamento com aquele cenário, vendo pela percepção de quem cresceu atrás de muros de Zonas de Quarentena. A Ellie é dependente, mas engenhosa e, crucialmente, disposta a aprender à medida que os horrores desse mundo sejam revelados a ela.

Os cenários continuam a ser um primor com uma Boston bombardeada na tentativa de conter o surto; aparentemente foi mais eficaz lá do que em muitas outras grandes cidades, e a vegetação recuperando em cada edifício, carros, e casas, um lembrete de que esses locais não pertencem mais aos humanos, pois os fungos estão por toda parte e descobrimos que os infectados estão conectados ao fungo que pode crescer no subsolo por vários metros. Portanto, se você pisar em um pedaço de Cordyceps em um lugar, poderá acordar uma multidão de infectados em outro lugar.

Com um caminho infestado por infectados, o trio decide passar por um museu próximo – que também pode ter infectado dentro. A partir daí o episódio apresenta um dos inimigos mais conhecidos dos jogadores, que são os Clickers (Os Estaladores), uma raça de infectados que perderam a visão, mas usam a ecolocalização para encontrar suas vítimas, Joel avisa Ellie enquanto eles avançam no museu: “A partir deste ponto, estamos em silêncio. A sequência é muito tensa e o diretor traz a linguagem dos jogos em momentos em que o jogador tem que agir em modo stealth para não serem vistos. O trabalho de som continua sendo um desbunde, aqui ele é explorado de todas as formas durante o episódio, entre qualquer coisa parecida com um estalo e até mesmo um sapo pulando em uma tecla de piano geram um nervosismo no telespectador.


Por fim, eles chegam até State House, onde um caminhão do lado de fora está vazio e há sangue nos degraus com cadáveres por toda parte. Ellie se pergunta se foi a FEDRA que matou eles, mas Joel olha para o estado dos cadáveres e supõe que alguém foi mordido. Joel quer voltar para Zona de Quarentena, mas Tess insiste em que eles não voltem e isso deixa a percepção para que Ellie note que Tess foi mordida no pescoço durante a escaramuça no museu, e ela diz para Joel a levar a garota para os homens chamados Bill e Frank, enquanto ela tenta ganhar tempo se sacrificando em uma das cenas mais memoráveis da atualidade.

Ficamos com Tess durante seus últimos momentos de tela, em que um infectado, que se aproxima dela, enquanto seus tentáculos que saem de sua boca entram na dela, enquanto ela continua tentando acender o isqueiro, e o vírus relutando. Com um movimento, a chama finalmente aparece, explodindo Tess e tudo em sua volta, enquanto Joel e Ellie saem em segurança. No final, Joel fica abalado com o sacrifício de Tess, mas ele decide continuar a missão de levar Elie para o novo destino.

O segundo episódio de “The Last of Us” apresenta tanto os terrores de seu mundo, como também a sua natureza aterrorizante, misturando tensão, transposições de momentos dos personagens nos jogos para tela envolto de uma história de fundo envolvente, e continuando a usar da fidelidade dos jogos para contar essa história servindo como auxílio.

The Last of Us é exibida aos domingos na HBO e na HBO Max às 23h.

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